Dia do empreendedor: entrevista com Florian Hagenbuch, co-fundador da Printi
Publicado em 18/04/2024
Equipe Printi
Em 5 de outubro é comemorado Dia do Empreendedor, uma data que homenageia os donos dos mais de 18.440.986 negócios ativos no Brasil, de acordo com dados divulgados pelo novo Boletim do Mapa de Empresas do Ministério da Economia no final de setembro. Mas, muito além de ser apenas mais um número, é importante contar com a evolução durante o processo e exatamente agora você deve estar se perguntando: como ter uma empresa rentável? Em um dos conteúdos mais exclusivos do Blog da Printi, o entrevistado é Florian Hagenbuch, co-fundador da Printi e CEO da Loft, que compartilhou os principais passos para alcançar o sucesso de forma efetiva, afinal, a hora de alavancar o seu negócio é agora!
Tudo começa com um cartão de visita
É muito mais do que um cartão, é uma emoção.
Florian Hagenbuch.
Printi: Para começar, vi no seu Twitter que tem um post que mostra como tudo começou e como você está hoje: a frente da Loft, a startup que levou menos tempo pra alcançar um patamar de unicórnio no país, além de outros diversos marcos da Loft. E isso é muito legal de ver e mostra pra gente duas coisas. Primeiro que a própria Printi foi uma parte fundamental do seu crescimento e nas entrelinhas a gente mostra também que tudo pode começar com um cartão de visita. Você acredita nisso, que um cartão de visita pode ser um divisor de águas para um negócio?
Florian Hagenbuch: O cartão de visita representa o início de uma jornada empreendedora. Uma das primeiras coisas que sempre faço como empreendedor é o logo, a identidade visual e o cartão de visita. Por trás do cartão tem muita história, uma série de emoções. Me remete muito a gente sentado na mansão startup com outras empresas. É muito mais do que um simples cartão, é a emoção de um momento que muitas vezes é o início, mas sempre também é parte da trajetória empreendedora. E, de certa forma, é o que a Printi possibilita: transformar essas emoções em algo palpável, físico. E nada como um cartão de visita para representar isso.
A importância dos produtos offline
P: A Printi na maioria dos produtos, porque agora também conta com algumas coisas digitais, a gente pode dizer que é offline. Você acredita que isso tenha espaço no empreendedorismo? Tem importância?
FH: Falamos muito que o digital vai transformar tudo, mas sempre me vi como um empreendedor do online e do offline. Tive que fazer essa ponte entre o mundo físico e o virtual. O que é lindo na Printi é que a gente converte sonhos que se transformam em arquivos para produtos físicos. Sei que também fazemos outros serviços digitais e acredito muito nisso, a tecnologia ter possibilitado sair do online para o físico, mas também muitas vezes vai do físico para o digital. A própria Loft, que é minha segunda jornada empreendedora, é também um modelo de negócio online e offline. Então, você tem ali o tijolo, o imóvel, o relacionamento entre as pessoas, o comprador, o vendedor e a figura do corretor que auxilia na transação. É um negócio de mundo real e acho que na maior parte dos negócios é raro encontrar algo que é só online, porque o mundo que é real e offline é muito maior do que o mundo puramente online. A gente vê vários exemplos de empresas que perseguem isso e eu como empreendedor sempre gostei muito disso e de uma visão de Brasil mesmo. Continuo vendo muitas oportunidades do mundo offline para serem desbravadas pelo online, pelo digital.
Espírito empreendedor: características em comum
P: Você é uma pessoa que está sempre empreendendo, parece que é uma coisa que está dentro de você, no seu DNA. O que você considera que seja esse fator especial que te faça ter esse bom faro para os negócios? Você acha que tem alguma caraterística pessoal que seja necessária para ser um bom empreendedor?
FH: Desde criança e adolescente sempre tive muita curiosidade, até brinco que quase tudo que já aprendi a fazer no sobremundo aprendi online, fuçando e descobrindo. E realmente, hoje com a internet cada vez mais nas mãos de todas as pessoas do mundo isso é uma oportunidade de acesso a informação, é um projeto de inclusão muito grande. Uma coisa que considero essencial para um empreendedor: ter muita curiosidade sobre como o mundo funciona, as empresas funcionam, como funciona isso e aquilo e essa vontade de sempre aprender mais. O segundo é muito sobre a questão da resiliência, não é fácil ser empreendedor e não importa que tipo de empreendedor você é. Quem já me viu falar, minha experiência na Printi e na Loft são muito diferentes. Tenho certeza que quando a gente olha de fora e olha para o que está fazendo na Loft parece tudo fácil, mas é muito desafiador. Em outras dimensões que foi construir a Printi com pouco dinheiro, poucos recursos, fazer um negócio muito mais cuidadoso, e também foi muito difícil. Desde o empreendedorismo mais simples por necessidade até o empreendedorismo por escolha e com recursos, uma coisa que conecta todos esses empreendedores e empreendedoras é a resiliência, é a vontade, a capacidade de superar os desafios. Todo empreendedor precisa desses dois elementos pra conseguir também ter um pouco de sorte. Muitas vezes a resiliência permite irmos além, mas contar um pouco com a sorte também ajuda. Tivemos sempre muita sorte como empreendedores, acredito que se fazemos coisas boas para o mundo, coisas boas voltam do mundo pra gente, mas sorte tem um fator importante na jornada dos empreendedores e aí acho que você só consegue ser sortudo se você persiste, se você é resiliente. Se você desistir, não vai acontecer.
Experiências e aprendizados
P: Você falou que tem uma experiência muito diferente da Printi e da Loft. Além de serem negócios diferentes, você acha que alguma coisa que você fez na Printi trouxe algum aprendizado que hoje você usa na Loft?
FH: Com certeza, tem vários aprendizados que usamos dos tempos de Printi para os tempos de Loft. Um que falo publicamente é o valor da cultura, das pessoas e o quanto isso é uma empresa. A gente pensa muito na empresa como um negócio, a Printi faz isso, a Loft faz aquilo, mas as empresas nada mais são do que grupos de pessoas que estão ali se unindo e perseguindo um objetivo em comum. No mesmo mês que a Loft fez 3 anos, a Printi fez 9 anos de idade. Não estou mais envolvido na Printi - só emocionalmente -, mas acompanho tudo, funcionários atuais, ex-funcionários, falo com muitas pessoas, e é muito legal ver como 9 anos depois as sementes de cultura que colocamos lá atrás continuam persistindo 9 anos depois. Se formos bem sucedidos como empreendedores, como empresa, como Printi, como pessoas, daqui a 90 anos isso vai continuar se permeando. Então, esse conceito de valorizar pessoas, cuidar de pessoas, valorizar um objetivo, desbravar o mercado é sobre essa cultura de cuidar do cliente, no caso estamos falando sobre empreendedorismo colocando o cliente da Printi como o empreendedor e isso são coisas que plantamos lá atrás e não tem como inventar, não tem como tirar, isso é um negócio que se chama cultura. E a importância disso vem na verdade de alguns valores, mas vem das pessoas que a gente trás para esse objetivo e para essa missão. Aprendi muito na Printi sobre isso e tento aplicar todos os dias aqui na Loft, mas me considero um eterno estudante, então não é que tenho todas as respostas agora, é que na Loft continuo aprendendo sobre isso. Se fizermos uma entrevista daqui a 3 anos, vou contar novos aprendizados.
Inspirações
P: Pela forma como você fala, dá pra ver que você é uma pessoa que se inspira com as coisas ao seu redor. Às vezes falamos muito do mundo dos negócios e números, mas em quê você se inspira?
FH: Me inspiro bastante em pessoas das quais eu posso aprender, então me inspiro muito em outros empreendedores, pessoas que admiro, pessoas que fizeram coisas muito legais, que mudaram suas respectivas industrias, seus respectivos mercados, que mudaram a vida das pessoas. Tenho alguns exemplos aqui no brasil como a dona Luiza do Magalu, que é uma referência pra mim, e vários nomes aqui no Brasil, mas também olhando para fora como Jeff Bezos da Amazon, Elon Munsk da SpaceX. Óbvio que não são pessoas que tenho acesso fácil, mas hoje em dia a gente consegue, de novo voltando à internet, quase que construir um relacionamento com eles. Então são pessoas que me inspiram de um ponto de vista mais de aprendizado. Separadamente, menos inspirar e mais energizar... Aliás estou sofrendo muito no home office porque o que me energiza são as pessoas, falamos sobre empresas ser coleção de pessoas, tem esse negócio chamado cultura, tem esse negócio chamado feat de energia que é uma coisa que me energiza muito, percebo que não estou tão bem, consigo interagir com as pessoas e isso me dá um gás absurdo. Também me inspiro muito na minha família, talvez menos inspiração e mais energia, porque trabalho é muito importante mas não somos completos só com trabalho, precisa ter o lado família, o lado esportes, o lado amigos e isso também é uma fonte de energia.
Comece já o seu negócio
P: Por onde começar para montar um negócio? Pesquisar o mercado, ter uma ideia genial, querer mudar alguma coisa... Qual é o ponto de partida?
FH: Pra mim, o negócio começa quando você faz a primeira venda, quando você atende o primeiro cliente, é aí que começa. Não precisa ter logo, não precisa ter nome, não precisa ter CNPJ, mas você concretizou algo, você resolveu uma dor, você ajudou alguém a resolver um problema. Não precisa de grandes coisas para começar, precisa resolver um problema e ter um cliente - aliás na Loft foi bem parecido. Comece vendendo, comece resolvendo um problema.
P: Gostaria de acrescentar alguma dica para quem quer começar um negócio?
FH: Se você está pensando em começar um negócio, em fazer algo novo, em ser um empreendedor ou empreendedora, não pense muito nisso, vai e faz, faz acontecer. Tenho certeza que tem milhões de pensamentos, medos e receios sobre como vai ser, planejamento etc, mas o mais importante é ir lá e fazer. Tomar coragem e fazer. É a experiência mais desafiadora que alguém pode ter profissionalmente falando, independente de ser um empreendedorismo por opção, necessidade, vontade ou curiosidade, vai e faz porque vale muito a pena. A gente fala que a jornada é mais importante do que o destino, com o empreendedorismo certamente é isso pq não tem destino, não tem fim. A Printi teve fim? Teve fim a minha posição, mas a Printi não tem fim, é um negócio eterno. É a jornada que faz valer a pena ser um empreendedor ou empreendedora.
Confira a entrevista completa com Florian Hagenbuch
Publicado em 18/04/2024