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7 pontos com Elenay Oliveira [Entrevista]

[7 Pontos] Entrevista com Elenay Oliveira

Elenay Oliveira é co-fundadora e editora-chefe da Revista Leaf e nos concedeu esta entrevista para falar um pouco sobre sua introdução ao design, carreira e o projeto Leaf. A entrevista foi realizada na Printi, com a participação dos designers Gabriel Miranda e Allan Rodrigo.

 

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[7 Pontos] Entrevista com Elenay Oliveira

Publicado em 18/04/2024

Equipe Printi

[7 Pontos] Entrevista com Elenay Oliveira

Elenay Oliveira é co-fundadora e editora-chefe da Revista Leaf e nos concedeu esta entrevista para falar um pouco sobre sua introdução ao design, carreira e o projeto Leaf. A entrevista foi realizada na Printi, com a participação dos designers Gabriel Miranda e Allan Rodrigo.   Conte-nos um pouco sobre você, sua relação com o design e sua trajetória. 1. Conte-nos um pouco sobre você, sua relação com o design e sua trajetória. Eu tenho 25 anos e meu primeiro emprego foi em uma gráfica de pequeno porte quando ainda tinha 15. Comecei a gostar do que via e a procurar cursos a respeito. Entrei em uma lista de discussão de designers e acompanhava os e-mails que eram trocados, até conhecer o trabalho do Morandini. O trabalho dele me inspirou, me apaixonei pela área e me aprofundei mais, fiz o vestibular e comecei a descobri-la. Comecei como estagiária em uma agência que atua nas áreas de endomarketing, marketing promocional, treinamentos e PDV, a Habilis. Em 3 anos passei pelas áreas de criação, atendimento e planejamento e tive a oportunidade de me descobrir, de explorar meu potencial, de aprender com pessoas incríveis e de pensar no que queria para minha carreira. Foi um ótimo tempo. Sou formada pela Belas Artes em Design Gráfico há quase 4 anos, quando penso neste tempo me surpreendo. Ainda sinto falta da faculdade, não tanto de ter que fazer trabalhos e provas (risos), mas da troca de ideias e experiências que acontecia por lá. Hoje busco, inconscientemente (até agora), esta troca em eventos. Ser sócia do Bernardo Silva (27) e do Fernando Augusto (31) no Estúdio Leaf fez com que, em quase 3 anos de projetos, minha experiência profissional desse um salto gigante. Minha visão sobre tudo mudou e eu devo muito a eles.   Quais são os profissionais que você tem como referência? 2. Quais são os profissionais que você tem como referência? Por ser meu primeiro contato com um profissional, acredito que o Morandini foi quem me introduziu no design e até hoje eu o tenho como referência.  Meus professores me ajudaram a formar o estilo de trabalho que tenho: Alessandro Câmara, Aníbal Folco e o professor Élcio Sartori, que é voltado para o editorial. Também acompanho e admiro muito o trabalho do Guilherme Sebastiany, da Sebastiany Branding. Como referência visual, tenho trabalhos de todo o mundo. Mas o que mais me impacta é a referência de personalidade e atitude, até porque muitas vezes você acaba misturando todo mundo e não se baseia em ninguém. A atitude de viver é o que mais me influencia.   O que você acha mais importante para o designer: a técnica ou o talento? 3. O que você acha mais importante para o designer: a técnica ou o talento? Eu acho que a técnica pode ser melhorada por ser possível treinar a habilidade. Mas o talento é o que vem de dentro e isso faz com que você melhore a sua técnica. Eu acredito que quando você tem uma inclinação para uma atividade específica, esta apaixonado e focado, você pratica muito e isso melhora a técnica. Então, para mim, a técnica vem depois e o talento ou a motivação vem antes.   Em qual posição você considera o design brasileiro esta hoje? 4. Em qual posição você considera o design brasileiro esta hoje? Percebo que hoje o design tem sido mais falado, não na posição certa, mas mais falado. Hoje, quando as pessoas escutam a palavra “design”, não estranham tanto quanto há 20, 30 anos, apesar de saberem exatamente o que é. As empresas estão começando a sentir falta de ter um profissional desta área e a procura-los, o que estimula a formação de mais designers em faculdades, a criação de mais cursos e pós-graduações, etc. Apesar de ainda ser um grupo pequeno que apresente trabalhos de qualidade, ainda assim é um número maior do que era antes. A formação de agora é mais livre, mais solta e te dá mais liberdade para trabalhar. Com a ajuda de ferramentas como Behance, por exemplo, o design brasileiro tem se mostrado lá fora e com isso, a identidade brasileira também começa a se destacar. Mesmo que uma pessoa não participe do Carnaval, por exemplo, o brilho, as cores e a construção da história fazem parte da nossa cultura. Então, indiretamente ou inconscientemente a gente trabalha esta característica de forma interessante, assim como as formas mais gestuais e sinuosas. Acho que a gente não tem tendência de subtrair, mas sim uma tendência de colocar mais coisas.   Nós, designers, geralmente consideramos mais o que tem lá fora do que aquilo que 5. Nós, designers, geralmente consideramos mais o que tem lá fora do que aquilo que temos aqui. A Leaf se preocupa com isso? Desde o começo do projeto! Buscamos gente boa e escondida aqui no Brasil! Mas, apesar de ter muita coisa boa acontecendo aqui, não temos que fechar os olhos para o que esta acontecendo lá fora. Temos sempre que olhar tudo. E o projeto vem para isso. Na revista temos a referência de grandes designers e a maioria dos textos são escritos por professores, por terem um embasamento teórico mais forte. Mas temos vários outros espaços para a galera experimentar, trocar textos, mostrar os trabalhos, enfim, um pouco de tudo. Um exemplo é este projeto da Printi – o dicionário visual, que educa e ensina. Assim, todo mundo cresce. Este é o objetivo.   Como surgiu a Revista Leaf? 6. Como surgiu a Revista Leaf? A ideia surgiu na faculdade, quando estávamos trabalhando com editorial. Mas o projeto só foi acontecer seis meses depois de formados e toda a ideia, o conceito, o objetivo e a missão do projeto surgiram das nossas próprias dificuldades. Nosso objetivo é grande e um pouco pretencioso: fazer com que o design brasileiro seja elevado de nível. Quando você ensina as pessoas e quando mais pessoas tem acesso ao aprendizado, todo mundo ganha. Eu lia muito, sempre procurava livros e sentia falta de um pouco de conteúdo do dia a dia do mercado. Quando saímos da faculdade e montamos o escritório, essa necessidade ficou mais palpável e mais fácil de compartilhar: experiências, gerenciamento de projetos, produção gráfica e vários outros assuntos que eram um pouco primários e que muitas vezes você sai da faculdade sem saber. Lançamos uma edição online para testar e tivemos mais de 160 mil leituras. Só então partimos para a edição impressa, que é concretizada com a ajuda de muitos parceiros. A diagramação é nossa, o projeto gráfico é nosso. Eu não posso dizer o nome de quem fez o que, porque os três fizeram tudo muito conectados: pesquisa de nome, cor, padronização, enfim, tudo. Neste ano a marca finalmente se tornou um ambigrama e a forma, uma folha simplificada, era algo que queríamos fazer desde o início do projeto mas não encontrávamos uma boa solução. Para o nome queríamos simbolizar o design como um todo, uma área repleta de ramificações. A ideia também deveria abranger a diversidade de cada uma dessas ramificações e a transição que os estudantes passam durante a construção de uma carreira, por isso o nome Leaf, que em português significa folha. O conteúdo é voltado para design gráfico e às vezes a gente da uma esbarrada em design de produto, interiores e moda, até porque essas coisas se conectam. E tem as ramificações: branding, fotografia, tipografia e por ai vai.   Qual foi o parâmetro utilizado para selecionar os profissionais deste projeto? 7. Qual foi o parâmetro utilizado para selecionar os profissionais deste projeto? Para o projeto da revista impressa, nós queríamos pessoas que já tivessem um embasamento teórico, um conhecimento maior para ensinar. Normalmente são professores ou escritores. A intenção é que a revista seja feita de matérias frias, como é dito no mundo editorial. Que você lê agora ou daqui a alguns meses (ou até anos) e o conteúdo se mantém atual. Já no site, que é um conteúdo mais rotativo, abrimos espaço para pessoas que se interessavam em escrever alguma coisa sobre um determinado assunto, independente se ele é professor, estudante, formado ou não. As entrevistas geralmente são com profissionais, com exposição de trabalhos e são selecionados a partir de resultados e personalidade. Para projetos acadêmicos, recebemos o trabalho de várias pessoas. Para ilustração e fotografia, consideramos mais o talento visual, independente da sua formação ou área de atuação.  

Publicado em 18/04/2024

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