"Quando pensarem em empreendedorismo feminino, quero que pensem em mim" [Entrevista Isabela Gaidys, do Coolmmerce]
Publicado em 18/04/2024
Equipe Printi
Isabela Gaidys não planejou começar um negócio, mas o caminho para o sucesso foi traçado com bastante organização. Com apenas 20 anos, a empreendedora já tem um e-commerce (o @ilustralle - com artigos de papelaria) e o @coolmmerce - perfil do que ela mesma nomeia como "conteúdo estratégico e descomplicado para um e-commerce autêntico e criativo".
Como começou seu negócio
Isabela começou a cursar Design Gráfico assim que se formou no colégio, mas não conseguiu conciliar os negócios com os estudos. Se ela se arrepende? "Foi a melhor coisa que eu fiz", diz. Mas ela está longe de desencorajar os estudos. Ela sabe da importância e, por ora, ganha autoridade por outros meios. "Gostaria muito de fazer uma faculdade, mas agora eu não daria conta. Então faço alguns cursos livres sobre Marketing, Branding, Empreendedorismo".
Ela sequer pensava em monetizar sua conta de conteúdo, mas sua rede só crescia e ela tomou a decisão de priorizar o que estava fazendo. Estava dando certo. "Essa faísca de criar um negócio veio quando eu vi que a rede estava crescendo absurdamente e de forma orgânica", diz.
Ela se refere ao seu canal de conteúdo Coolmmerce, que em menos de um semestre de existência conta com 27,6 mil seguidores. Lá, ela esclarece dúvidas desde as mais técnica sobre abertura de um negócio, até mais subjetivas, como maneiras de interagir com um cliente.
"Ter nascido na era digital me ajuda muito! Eu não saberia empreender se não fosse na área digital. O futuro do mercado é online", diz. Ela ainda conta com uma vantagem: "eu nem precisei passar pela fase de me adaptar… Já nasci aqui".
Primeiro o ovo ou a galinha?
Diferente do que se espera, o e-commerce Ilustralle veio antes do Coolmmerce. Quando Isabela começou a vender planners cerca de 3 anos atrás, recebia muitas mensagens elogiando o marketing. "As pessoas estavam gostando do que eu estava fazendo e pedindo dicas de empreendedorismo e gestão, aí decidi criar um perfil só pra isso", conta.
Contudo, se pensarmos que para vender e fazer publicações no Instagram é preciso ter uma estratégia, a parte de conteúdo veio primeiro - Isabela apenas decidiu dividir com seu público mais tarde.
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"Meu Deus, sou uma influencer!"
A jovem empreendedora ainda não se acostumou com a ideia de ser uma influenciadora digital. Pelo histórico, ela não gostava muito de falar do negócio e acabava se prendendo. "Tinha medo de me acharem blogueirinha de forma pejorativa", diz.
Mas se tem algo legal para compartilhar, por que não? Aí ela resolveu, aos poucos, contar suas histórias, dar suas dicas e explorar sua própria jornada como dona de negócio. "As pessoas se interessaram mais pelo meu trabalho quando comecei a divulgar, tudo aconteceu porque me soltei e comecei a falar. Estou construindo minha marca e isso leva as pessoas a acreditarem mais no que eu falo".
A parceria com a Printi
Para ela, se tornar parceira da Printi foi muito inusitado. Afinal, em diversas situações ela indicou nossos produtos, já que ela mesma produzia com a gente.
"Quando a Printi entrou em contato comigo eu fiquei chocada, não esperava! Achei que tinha poucos seguidores para isso", conta rindo. No fim das contas, fez sentido, porque a Printi está no mercado justamente para ser parceira de empreendedores que estão começando.
Empreendedorismo feminino
Isabela considera importante falar sobre empreendedorismo feminino e usa seus canais também com esse intuito. "Eu falo muito sobre isso. As pessoas do meu círculo (seguidores, familiares e amigos), não tinham alguém tão próximo falando sobre o assunto", expõe. "As pessoas acham que só podem falar sobre isso se têm muitos seguidores, mas mesmo não tendo tantos, eu falo muito sobre empreendedorismo feminino. Quando pensarem em empreendedorismo feminino, quero que pensem em mim!"
Além de ajudar no empoderamento de mulheres, a empreendedora diz que ajuda muita gente no começo do negócio e já recebeu vários feedbacks sobre isso. "A forma como algumas pessoas viam seus negócios mudou depois do Coolmmerce", diz orgulhosa. "O jeito que de se posicionar mudou completamente. Às vezes o que falta para o negócio decolar é ver como um negócio de verdade, ser profissional. Começar a se ver como empresário, mesmo!"
Outra bandeira que ela poderia levantar é a da idade. Muita gente, quando a vê pessoalmente fica espantada com sua cara de menina e não acredita no que ela construiu."Acham que nao sou capaz", lembra indignada. "Minha idade não interfere em nada. O que as pessoas acham diz respeito a elas, isso não muda meu profissionalismo e minha competência".
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Projetos futuros
Saber de planos futuros de uma jovem de 20 anos é querer muito, afinal, é uma vida inteira pela frente! Porém, Isabela é, como a maioria dos empreendedores, muito animada e abraça diversos projetos ao mesmo tempo.
Para nós, ele destacou dois: um curso que pretende lecionar voltado para o uso do Instagram como ferramenta de conversão e uma nova empresa (você não leu errado!) dessa vez de roupas. Algo como uma Ilustralle wear.
Destemida! Mas alguém tem dúvidas de que com essa postura profissional e garra, algo não vá dar certo?
E de onde vem toda essa empolgação? Ela dá a dica: "não desanime no começo. Toda boa empresa começou sem clientes, com medo, com erros, derrotas… Muitas pessoas desistem no começo porque não bombou, mas não é toda empresa que bomba no primeiro ano. Isso não significa que você não seja bom, só que você não está alcançando as pessoas certas. Insista!"
Publicado em 18/04/2024